Cheguei rapidamente
em casa, abri o portão, subi para a varanda, abri a porta da sala e entrei.
Quando dei a segunda volta na chave, enquanto acendia a lâmpada, eu vi, em pé
no outro lado da sala, um vulto. Antes que eu pudesse discernir o rosto, uma
voz falou, falou com calma, não era uma ordem, apenas uma sugestão.
- Apague essa luz,
está muito claro, – era voz de uma garota – liga este abajur ai, – eu obedeci,
ela continuou nas sombras, eu fiquei exposto, com a luz em meu rosto – senta aí
– eu me sentei na poltrona.
- Quem é você? –
perguntei com a voz presa em meu peito.
- Vim matá-lo –
respondeu enfadada.
Seguiu-se um
silêncio, eu pensava na dor, na bala entrando, e se ela errasse? E se eu
definhasse por horas antes de dar último suspiro? E se ela não fosse
profissional, mas uma sádica? Que idiota, fui naquele momento, o que eu achei?
Que poderia reclamar no Procon caso o serviço não fosse feito do jeito que
tinha sido combinado? E como poderia fazer isso morto? Morto, eu me vi morto
naquele momento, nunca mais veria a rua, nunca mais veria o sol, nunca mais
tocaria o piano, tomaria café, beijaria uma mulher. O beijo de Rosana ainda
estava em meu corpo, quanto a minha alma, ela acabava de receber o beijo da
morte.
- Joga as chaves e
o celular no chão. Vai para aquele quarto – eu obedeci. Ao entrar no quarto dos
fundos, ela trancou a porta por fora. Acendi o abajur, eu também não queria
luz. Fui até a janela e constatei que o cadeado estava fechado e a chave havia
sido retirada, depois não ouvi mais barulho, estava enclausurado. Pensei em
como ela tinha entrado na casa, conclui que tinha sido pela cozinha. Era
estranho, mas eu estava em paz.
Sentei no sofá, dei
uma olhada ao redor, vi meus livros na estante, à esquerda, meu piano aberto, à
direita, e meu corpo sentado embaixo da janela. Minha alma se desligou da
matéria e eu enxerguei tudo de cima, rente ao teto, subi mais um pouco e vi a
casa embaixo de mim, mais um pouco e vi a vila, mais um pouco e vi a praça, a
igreja, o bar, no centro da cidade, meu mundo real acabava ali. Então olhei
para cima, estava tudo escuro.
Entrei num estado onde
não podia separar realidade de imaginação, presente de passado, naquele momento
culminavam em mim todos os meus tempos, todos os meus lugares, tudo aquilo que
podia ser identificado como eu, como o Zé. Talvez fosse a adrenalina disparada
pela expectativa do que poderia acontecer, talvez fosse o pico de estresse que minha
alma experimentava naquela noite, talvez fosse a esperança insana de um futuro
melhor, livre da carne, do vazio, mas eu já me sentia morto.
Então parei de
olhar o céu, abaixei minha cabeça, e olhei para o piano à minha direita, sua
madeira negra, porém, mudou-se para mogno, não era mais o alemão antigo que eu
ainda pagava as últimas prestações, era o Brasil novinho que meu pai tinha
comprado. O banquinho não era retangular almofadado, mas um redondo, e sobre
ele, um menino estava sentado. Eu via a luz do sol entrando pela janela da sala
da casa de meus pais, ouvia o barulho da panela de pressão cozinhando o feijão,
sentia o cheiro de 1970.
Eu tinha onze anos,
de shorts, camiseta, e descalço, havia acabado de chegar da escola, mas já
estava estudando o instrumento, repetindo a mão esquerda de um chorinho de Nazareth.
Sentia o pedal frio de ferro sob o pé direito, a textura lisa das teclas sob os
dedos, o papel da partitura segurada pela mão direita, enquanto virava a
página. Eu só queria aprender a mão esquerda daquela música, já tinha estudado
a direita, estava ansioso para juntar as duas, estava ansioso para ver aquela
peça realizada. Aquilo, naquele momento, era tudo o que eu queria.
Senti meu pai
chegando para almoçar, senti meu irmão no quarto folheando o caderno de
desenho, senti minha mãe no tanque lavando algum pano, senti, mas não vi.
Levantei-me do banquinho, saí da sala e fui até a cozinha, senti meu pai de
costas, na outra porta da cozinha que dava para a área de serviço. O senti
falando com a minha mãe sobre a manhã de trabalho, o senti reclamando do
gerente, senti minha mãe com as mãos molhadas e gastas de tanto esfregar roupa,
senti, mas não vi.
A mesa do almoço
estava pronta, comida simples, pouca comida, eu não tinha fome, naquele tempo
eu nem comia direito, não dormia direito, mas estudava muito. A mesa estava
sendo tirada, minha mãe jogava o resto de comida no lixo e deixava pratos e
talheres dentro da pia. Meu pai sentado na sala lia um jornal, eu estava no
quarto, sentado na cama, meu irmão brincava de bola na varanda, uma bola
enorme, colorida. Meu pai brincava com meu irmão na varanda, minha mãe tinha
acabado de lavar a louça e estendia a roupa na grama do quintal para quarar.
Minha mãe estava triste.
Um timbre médio e
cheio de ruídos tentava tocar “Don't Let Me Down” dos Beatles no rádio. Minha
mãe, sentada no degrau da área de serviço tomava café, meu irmão desenhava, eu
fazia lição na mesa da cozinha. “Vai tomar banho Zé”, a água fria refrescava
meu corpo daquele calor intenso do interior de São Paulo. Encostado à parede,
ao lado do fogão, eu era cúmplice de minha mãe, a ouvia reclamando de a
intolerância de meu pai.
Meu pai chegava do
serviço, discutia com minha mãe, eu não sabia por quê. Meu irmão dormia, eu
estava acordado, um choro trancado derramava lágrimas, mas não emitia som. Meu
pai brigava com minha mãe, dizia palavras que eu não sabia o significado, ela
não dizia nada, eu não entendia nada. Por que tanta violência? Eu sonhava com
um avião, que voava baixo para que eu pudesse tocá-lo. Quando meus dedos
relavam em sua lataria um prazer desconhecido tomava conta do meu corpo, eu era
o avião e voava para longe daquilo tudo.
Um gosto diferente
em minha boca, bombom de licor, cheiro que nunca havia sentido, Luiza estava
linda. Augusto gostava dela, eles eram namorados, eles podiam ser, eu também
gostava dela, eu e mais 959 caras da escola. Ela conversava comigo, ela gostava
de conversar comigo, ela tinha ciúmes de Augusto. Eu a aconselhava, que
experiência eu tinha sobre alguma coisa para aconselhar alguém? Não sei o que
eu dizia pra ela, mas eu falava, e muito, eu sempre falei demais.
Valquíria estava
linda, eu gostava dela, Liseana estava linda, eu gostava dela, Carmem estava
linda eu gostava dela. Eu traia Luiza? Eu declarava minha paixão a Valquíria, a
paixão passava, eu declarava minha paixão a Liseana, minha paixão por ela
acabava, eu me declarava para Carmem, não a via mais com os mesmos olhos. Não
me declarei à Luiza, continuava gostando dela.
Nove e meio em
matemática, sete e meio em português, dez em história, cinco em educação
física. Eu e meu irmão numa papelaria, lápis de cor, giz de cera, aquarela,
vermelho, verde e azul. Telas lambuzadas de tinta, quadro premiado, pintura abstrata,
grafite e espátula. Tínhamos nos concursos de pintura e nas apresentações de
piano o elogio que os pais não davam. Mozart, Bach e Paderewski, Jair
Rodrigues, Gilberto Gil e Maysa, festivais de música, Apollo XIII e ditadura,
Manchete, Cruzeiro e Capricho, Da Vinci, Van Gogh e Picasso.
Mãos frias esbofeteando
meu rosto, cinta de couro, fivela em meu olho, ferida, óculos, faca na carne,
homicídio, nem médico, só monstro, meu pai. Surras e surras, e mais surras, por
quê? Por quê? O que eu fiz? O filho morre, viva a dor, dor infinita, distância,
luz no fim do túnel, o beijo delicioso da morte, o beijo de Rosana. Numa casa
fria, eu num quarto, e ela na sala, silêncio, volto ao chão.
Meus olhos então se
voltaram para a estante, Schopenhauer, Nietzsche, Sartre, Tchekhov e outros
russos, iluminaram-se, suas capas embranqueceram-se como os livros da coleção Nobel
de Literatura de meu pai. Mas havia outros nas prateleiras, uma coletânea de
Júlio Verne, obras completas de Jorge Amado, esses últimos eu procurei,
secretamente, quando quis saciar minha curiosidade pelas coisas do sexo. Quem consegue
escapar da busca obsessiva em tempo errado por um erotismo proibido?
Foi comendo
Monteiro Lobato, todavia, que me encantei com mitologia grega, vista pelos
olhos de Emília, Narizinho e Pedrinho. Porém, com a curiosidade por coisas de
gente grande, que antes não existia, veio culpa e com ela a necessidade de
espiritualidade. É antagônico como a busca pelas virtudes do espírito tem
início quando se experimenta os vícios da carne.
Minha alma
iludia-se com a possibilidade de encarnações múltiplas, com a porta que se
abria para que eu me comunicasse com o mundo invisível dos espíritos. Para
alguém que queria se distanciar da realidade, já que essa o havia machucado
tanto e injustamente, a fantasia era um mundo mais agradável. Médiuns diziam-me que espíritos de músicos
célebres debruçavam-se sobre meu piano, enquanto eu tocava. Que ego não é
inflado ao saber que o mundo espiritual se rende a seu talento? O espiritismo
respondia minhas questões racionais, mas não libertava meu espírito do pecado. Qual
pecado? Que pecado tinha um menino de dezesseis anos? Nenhum, mas como se
sentia culpado.
Ao lado da estante havia
uma velha vitrola, aquelas que tinham um grande móvel com um receptor de rádio
anexo. Num compartimento dentro dela alguns vinis guardavam pedaços de sonhos, gravações
de cantores e de bandas que tivessem piano ou teclados eletrônicos fazendo
longos solos eram minha preferência. Progressivo é a tribo nerd do rock, essa identidade
me caiu bem, misturando a música erudita que tinha me criado, com a novidade
moderna que eu como jovem desejava vivenciar. Eu viajava com a guitarra voadora
de Steve Howe e com os sintetizadores alados de Rick Wakeman, o rock
progressivo do grupo inglês YES era música de fundo para minha fuga da
realidade.
Durante muito tempo
eu tornei a ouvir aquelas gravação, que eu recomprei em CDs, o futuro que eu
via no passado ainda me trazia boas lembranças. Com o tempo, porém, esse futuro
não se tornou presente e o prazer da inocência perdeu o gosto. Agora tudo era
passado, morre-se quando o futuro também vira passado, quando não se tem mais
esperança de novidades boas. Eu só queria um sonho, um só, poder colocar a
cabeça no travesseiro à noite e ter a visão de algo que eu gostaria que
acontecesse, que eu gostaria de ter, que eu gostaria de ser. Não precisaria ser
nada grande demais, diferente demais, que fosse uma família, uma esposa,
filhos, que fosse vivendo com um orçamento apertado, que fosse pagando carnês
de lojas populares, tendo um carro simples e velho, que fosse, mas como eu
queria um sonho.
Não sabia que horas
eram, não podia dormir, a assassina poderia entrar a qualquer momento no quarto
e atirar, se bem que eu nem tinha visto arma com ela, me resignei quando ela
anunciou porque estava lá. Eu não usava relógio há algum tempo, ele sempre
atrapalha no piano, com celular e o abandonei de vez, mas lembrei-me que tinha
guardado um na parte debaixo da estante. Saí da poltrona, sem fazer barulho, me
ajoelhei junto à estante, puxei a portinha com cuidado, peguei uma pequena
caixa e abri. O relógio estava lá, havia também algumas fotos, as únicas que eu
não tinha jogado fora, fotos com Celma. Eram três horas da manhã, não voltei
para o sofá, fiquei sentado no chão, encostado à estante. Segurava o relógio de
pulso com a mão esquerda e as fotos com a direita, o presente e o passado nas
mãos de um homem sem futuro.
Há quanto tempo eu
não pensava em minha infância, um tempo picotado em minhas memórias, algumas eu
nem me recordava direito. Não conseguia lembrar-me do rosto de minha mãe
sorrindo, não conseguia ver o rosto de meu pai de jeito nenhum, mas a face de
meu irmão era muito forte pra mim. Eu tinha uma ligação esquisita com ele, Celma
sempre me alertava a respeito, ele me fazia sofrer, mas eu sempre corria atrás
dele.
Das pessoas que eu
cobrei algum afeto, para substituir a frieza de minha mãe e a estupidez de meu
pai, meu irmão era de quem eu mais cobrava. Naquela madrugada, sentado no chão
daquele quarto, eu entendi isso, eu não o via como irmão, mas como um pai, mais
ainda, como uma mãe, por isso suas críticas me incomodavam tanto, por isso eu
mendigava tanto por seus elogios. Caminhos doentios que nossa alma cria para
poder sobreviver.
Meu maior medo era
perder meus pais, perder a ajuda financeira que eles me davam para sobreviver,
ajuda amarga, mas necessária, humilhante, mas a única. Aterrorizava-me pensar
que teria que pedir ajuda a meu irmão, caso não tivesse mais ninguém. Isso
seria admitir pra ele que ele tinha razão, que eu era um menino inconsequente e
fraco. Naquele momento eu ainda não sabia, mas eu não era um covarde que me
vitimava, eu era uma vítima legítima, meu irmão sim, era alguém que se sentia
menor por achar que eu tinha mais direitos do que ele. Direito a que? A se
sentir vítima. Quando não se vê em si nenhum valor, até o problema do outro se
torna interessante, se é invejado, torna-se potência para uma identidade.
Ele via em mim
fraqueza porque não queria assumir a sua própria. Se ele não tinha esse
direito, por que eu teria? Ele não queria assumir-se frágil porque assim teria
que admitir que ele também precisava de ajuda. Ajuda de quem? De meus pais. Não
sei se era porque eu era fraco, ou porque eu era sincero, mas eu admitia minha fraqueza,
sofria muito com ela, mas admitia. Nessa verdade eu encontrava auxílio de meus
pais, meu irmão não, ninguém ajuda quem não quer ser ajudado ou que zomba de
quem pode ajudá-lo.
Os conflitos entre
meu pai e meu irmão eram constantes, ele o enfrentava, eu não fazia isso, tinha
muito medo de meu pai. A razão desses confrontos? A assunção da posição de pai,
como meu irmão não achava que meu pai tinha sido um pai correto, ele queria
essa posição pra ele. Isso era claro vendo-se a maneira como meu irmão tratava
minha mãe, para ele, ela era sempre a vítima, por isso ele nunca tinha se
casado, emocionalmente ele era casado com minha mãe e almejava a posição de meu
pai.
Contudo, esse
confronto que era justificável em nossa juventude, se tornou inútil com o
passar dos anos, quando todos nós nos tornamos adultos, quando não havia mais
vítimas inocentes, mas todos, de alguma forma, eram agressores. Meu irmão,
então, que sempre combateu meu pai, tinha conseguido ser algo que ele não
admitiria nunca: ser igual ou até pior que aquele que ele mais odiava.
Mas tudo isso era
um conflito confuso, não assumido, eles tinham seus bons momentos, mas a tenção
nunca deixava de existir, afinal de contas uma família só pode ter um homem
forte, um pai. Para ambos era interessante que eu permanecesse fragilizado,
assim não poria em risco o poder almejado por nenhum deles.
Não me lembro em
que momento adormeci, mas acordei de súbito, olhei o relógio e eram seis horas
da manhã. O sol, contudo, não havia nascido, eu não vi seus raios pelas frestas
da janela. O dia que começava seria um dia estranho, escuro, foi isso que
entendi à medida que o tempo foi passando. O céu estava muito nublado, mas não
choveu, parecia que Deus prolongava a noite para que eu tivesse tempo, tempo
para pensar, tempo para viver.
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As trevas mais
sombrias são as que estão no interior do homem, aquelas que confundem sua interpretação
de certo e de errado, de bem e de mal, que fazem com que o homem despreze quem precisa
amar, e se prenda a quem deveria deixar pra lá. O ódio provoca essa distorção
no caráter do homem, roubando-lhe sua identidade, demonizando-o. Ele é o tipo mais
forte de possessão demoníaca, transforma aquele que o retém em um agente
destrutivo. Odiar é matar, antes do corpo, a alma, a reputação de alguém.
O ódio, contudo, é consequência,
ninguém simplesmente odeia, odeia-se alguém porque se tem inveja dele. Sentimos
ciúmes de uma pessoa que dá a outra aquilo que achamos que é nosso. Invejamos a
pessoa que recebe aquilo que achamos que é nosso. Inveja, ciúmes e ódio, são
males interligados que nascem e persistem em corações desajustados. Inveja e
ciúmes são roubos, quando levam alguém a querer algo que o outro tem ou que é. Exigir
que alguém nos honre, quando esse alguém não quer dar essa honra, também é um
roubo, já que tentamos tomar de uma pessoa um reconhecimento que não quer ser dado
por vontade própria.
O roubo é feito
como tentativa de aplacar um desajuste afetivo do coração, contudo, mesmo que
ele seja executado não será capaz de saciar o coração errado, haverá desejo de
odiar mais. Esse ódio possui a pessoa de tal maneira que ela passa a viver para
mantê-lo, enganando e dissimulando, aos outros e a si mesmo, para segurar dentro
de si a energia do mal. Pode-se viver através do ódio, achar nele forças para
seguir, construir toda uma vida nele e por ele, invejando e tendo ciúmes.
Sentir-se
satisfeito com o que se é, aceitar-se, não com autocomiseração ou resignando-se
com uma autoimagem enganosa, mas conhecer-se e gostar do que se é, consciente
dos limites, mas também das possibilidades, enfim, ter uma visão positiva e
generosa de si mesmo, é a única maneira de não odiar, de não invejar, de não
arder-se em ciúmes. Quem se conhece e se gosta, não quer o que o outro tem, não
que ser o outro é, não depende do outro, de seu consentimento para ser feliz.
Todavia, esse
equilíbrio só se experimenta em Deus e através de Jesus, quando o Espírito
Santo habita no coração e tem liberdade para ensinar, curar e amar. Não podemos
usar a nós mesmos como referências para ser alguém melhor. Isso seria ver num
espelho velho, riscado e sujo a própria imagem. Jesus é um espelho puro,
imutável e inquebrável, a referência absoluta do homem espiritual que Deus
deseja que sejamos, homem esse que nasce, cresce e amadurece à medida que o
Espírito Santo age.
Ninguém precisa ser
igual a ninguém, ninguém é melhor do que ninguém. Todos, seja qual for a
criação, a formação educacional, a facilidade de aprendizado que pode ser
chamada de inteligência, seja intelectual ou emocional, somos seres
perfeitamente capazes de serem transformados por Deus em homens e mulheres
semelhantes a Cristo. Como tal, podemos ser usados de forma original em um
propósito único e pleno para abençoar as pessoas, salvar vidas e adorar a Deus.
Portanto, todos podemos independer de semelhantes, à medida que confiamos
totalmente em Deus.
Por que refleti sobre
ódio neste momento? Porque quantos de nós guardamos ódio em nosso coração, um
ódio tão medonho e tão impróprio que temos medo até de admiti-lo? Quando por
nossos pais o planejado por Deus é que tenhamos por eles amor e respeito,
muitos de nós possuem uma revolta sem tamanho, um ódio enorme, criado por uma
criação violenta e injusta. Que ódio é pior, que ódio é mais difícil de ser
assumido do que o ódio que um filho sente por um pai? Quando se planta no
coração de uma criança tamanha dor, se tira dela até o direito de sentir a dor,
já que quem consegue admitir que odeia os próprios pais?
Na manutenção desse
ódio não assumido, se projeta ódio para tantas outras pessoas, assim como se
busca desesperadamente o amor de tantas outras para suprir essa carência. Sim,
trevas medonhas as que existem num coração cheio de ódio, só Jesus para
arrancar esse mal do coração do homem. Mas essa cura precisa ser buscada com
determinação, com fé, com todo o coração, com uma alma sincera que admite um
sentimento tão vergonhoso e inapropriado, mas que deseja, ardentemente ser
curado e transformado.
“Pois tu formaste o meu interior, tu me
teceste no ventre de minha mãe. Eu te louvarei, pois fui formado de modo tão
admirável e maravilhoso! Tuas obras são maravilhosas, tenho plena certeza
disso!
Meus ossos não te estavam ocultos, quando em segredo fui formado e
tecido com esmero nas profundezas da terra. Teus olhos viram a minha substância
ainda sem forma, e no teu livro os dias foram escritos, sim, todos os dias que
me foram ordenados, quando nem um deles ainda havia.
Sonda-me, ó Deus, e conhece o meu coração; prova-me e conhece os
meus pensamentos; vê se há em mim algum caminho mau e guia-me pelo caminho
eterno.”
Salmos 139.13-16, 23-24
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