27 de set. de 2014

19 - Cientista e astronauta

Era uma sexta-feira, o Grande Hotel não tinha me chamado pra tocar naquele final de semana, tocaria num vernissage no sábado, mas naquela noite eu estava livre. Eu não queria café, não queria conversa, não queria televisão, não queria sair, nem queria ficar em casa. Peguei meu celular e comecei a olhar a lista de contatos, houve épocas em que meu caderninho de telefones era cheio, um caderninho que mantive até que comecei a me relacionar com Celma.
Quando eu era mais jovem dificilmente passaria uma noite em casa, sozinho, nem sabia qual era a novela das oito. Queria conhecer pessoas, queria namorar, precisava do afeto que só as mulheres podem oferecer a um homem. Não que eu fosse um homem, eu era um menino, o corpo já estava pronto, mas a alma cheirava talco, alma ingênua que machucava os outros e a si mesma sem nem perceber o que estava fazendo. Como esses hematomas que só vemos no dia anterior e que nem lembramos como os adquirimos, de tão excitados ou embriagados que estávamos. Os hematomas da alma, contudo, não somem facilmente, permanecem conosco por muito tempo, alguns para sempre.
Mas esse tempo tinha passado, naquele momento em que eu olhava meu celular eu era um velho, o mais velho que fui, com a alma azul de tão ferida. Minha lista digital não era tão grande quanto o caderninho, de alguma maneira eu tinha virado monge, me escondia das mulheres. Entre donos de barzinhos, gerentes de clubes, gerentes de hotéis, empresários e músicos, achei o número de Juliana, aquela que atropelou o Reinaldo. Olhei para ele, olhei para o céu negro que pela janela entreaberta de minha sala de estar afrontava minha depressão, e apertei a tecla de discar. Não tocou muito e alguém atendeu.
- Alo? – eu falei.
- Pronto – respondeu-me uma voz manhosa.
- Sou o Zé Renato, quem me passou este número foi a Juliana.
- É ela, Zé, é o Zé do acidente? – disse ela sorrindo.
- Não o que foi atropelado – respondi também rindo.
- Lembro-me de você, me ajudou com o corpo, te levei em casa. – falava com uma voz quente – E aí, o que manda?
- Liguei pra saber como estão as coisas – respondi quase que indiferente.
- Aproveitando o começo do final de semana, – disse ela relaxada – e você, não foi tocar hoje? Você é músico, não é? – acho que comentei com ela que era pianista, geralmente as pessoas não dão atenção quando a gente fala que é músico, parece que não acreditam na gente, mas pelo jeito ela deu alguma importância.
- É difícil pra músico se divertir, quando todos estão fazendo isso, estamos trabalhando, quando temos tempo pra diversão, não temos o que fazer. A profissão de músico rouba do homem a diversão casual que a música pode proporcionar.
- Achei que fosse legal trabalhar na noite, divertindo as pessoas, ganhar para fazer algo que muitos pagam pra ter.
- Trabalho é trabalho, é claro que o ofício da música tem suas vantagens, sobre outros ofícios, mas também tem desvantagens.
- Como tudo na vida, algo nos é dado, mas algo é pedido em troca, nunca nada é de graça, às vezes isso cansa. 
- A arte vicia, trabalhar com ela gera uma adrenalina que outros profissionais não experimentam, não o tempo todo.
- Bebe alguma coisa pra relaxar – disse ela novamente rindo.
- Com o tempo bebida nenhuma relaxa mais, adrenalina é a pior das drogas justamente porque é a melhor, é natural, insubstituível. Ficar em casa uma noite sem sentir as teclas debaixo dos dedos, o som de seu instrumento tomando o ambiente, as pessoas sendo levadas pela música a viajar em suas memórias, em suas ilusões, consumindo umas as outras, buscando prazer de uma noite que não será eterna, isso é uma experiência única – filosofei eu.
- Isso é fantástico – disse ela.
- O coração do homem não está preparado para tanto prazer, já que essa sensação é fugaz, passa e fica um grande vazio.
- É o tempo, com o passar dos anos tudo acaba perdendo o sabor.
- E você, não vai namorar hoje?
- Quem me dera, está aí algo que não perde o sabor – ela riu maliciosamente.
- Pra mim perdeu – disse resignado.
- Perdeu nada, é você que não achou a pessoa certa.
- Também, não procuro, como vou achar? – gargalhei com gosto.
- Nem precisa procurar muito, quando a gente quer a encrenca corre atrás da gente.
- No meu caso, elas fogem de mim.
- Não fale assim, estou ficando com dó – uma mulher é sempre mãe, e um homem é sempre um garoto querendo colo.
- Não está a fim de tomar uma cerveja? – eu pedi colo.
- Agradeço o convite, mas estou cansada, vou ficar por aqui, quietinha, tomei meu banho, vou ver se tem alguma estreia na TV.
- Sempre tem algum filme que a gente quer ver de novo.
- Verdade, tem filmes que a gente vê e vê e não enjoa, eu gosto de “O casamento do meu melhor amigo”.
- As personagens da Julia Roberts nunca se dão bem nos finais dos filmes, eu gosto de “Crimes e pecados” do Woody Allen.
- Não conheço esse filme.
- O Woody trata a morte como uma solução viável para um cara que não sente culpa, ele é cínico, mas como sempre é muito engraçado. Gosto do humor intelectualizado dele, que pena que a vida não é assim.
- Você está muito pra baixo...
- Estou chato. Está bom então...
- Mas pode ligar quando quiser, estou sempre disponível para um papo...
- Vou ligar sim, abraço.
- Beijo.
Por que eu não me apaixonava por uma mulher assim, direta? Talvez porque ela não me desafiava com sua verdade escrachada. Acho que eu gostava era de sofrer, de ser enganado. Masoquismo herdado de meus pais? Sei lá, eles não eram desafiados pelo mistério, a isso eles tinham aversão, já que gostavam de ter o controle de tudo. Por outro lado, eles criavam mentiras, e elas os protegiam. Talvez fosse isso então, o mistério me seduzia porque era algo que eu não tinha controle, era tudo o que meus pais não queriam, talvez eu fosse só um adolescente imaturo querendo desafiar as ordens de meus pais.
Criei coragem e saí, resolvi ir até o bar do carioca para tomar alguma coisa, eu precisava ver o céu, minha alma estava sufocada dentro de casa. Naquela sexta-feira o lugar estava cheio, não havia mesa vazia, gente dentro do bar, gente fora, fumando e bebendo, somente homens. Há algo de gay enrustido nesses botecos frequentados somente por homens. Eles até falam de mulheres, mas para ganhar a atenção dos outros homens, para mostrar para esses que eles são homens. Como dizia minha mãe, cachorro que late não morde, falavam e falavam, mas eram um bando de solitários.
Em pé encostado no balcão, eu era embriagado, não pelo copo de vinho doce, mas pelo barulho, aquela conversa uniforme onde não se pode discernir pessoa, mas um ruído de multidão, um ruído alegre. Um homem encostou ao balcão perto de mim e pediu uma coca-cola.
- Bebendo coca, aqui? – eu disse, não como crítica, mas tentando puxar assunto.
Não havia padrão naquele bar, como eu já disse, gente de todo tipo o frequentava, esse cara, porém, era um pouco diferente da maioria.
- Eu prefiro – respondeu ele seriamente.
- Você é daqui? – eu perguntei.
- Sou, isso é, fui – tinha um jeito concentrado, o tipo que pensa bem antes de falar, um tipo bem diferente de mim, um tipo racional e não passional.
- Parece paulistano – fale, e me arrependi, mas eu sempre falo demais e depois me arrependo.
- Já moro em São Paulo há mais de quinze anos, meus pais moram aqui, mas atualmente estou trabalhando em Campinas.
- Já morei em Campinas, durante muito tempo.
- Frequentava esse bar quando era jovem, acho que meu primeiro porre tomei aqui – barba comprida, igual a minha, óculos fortes, mais que o meu, calça preta desbotada, camisa branca, era um pouco mais novo que eu, mas parecia mais cansado.
- Frequento este bar há pouco tempo.
- Você trabalha com que?
- Sou pianista.
- Músico, que legal, eu sou bioquímico.
- Na minha infância parte das crianças sonhavam em ser astronauta, a outra parte, cientista, desses que trabalham em laboratórios, com tubos de ensaio, microscópio.
- Eu era uma dessas crianças, queria ser cientista.
- Eu queria ser astronauta, acho que sou.
- Por quê?
- Vivo no mundo da lua – ele riu.
- Acho que o cientista é o oposto disso, vive trancado num laboratório, olhando microambientes, preso a uma verdade que não é vista a olhos nus.
- Poeta vive olhando pras estrelas, para o universo, imaginando mundos que talvez nem existam.
- Você não precisa de microscópio.
- Só de imaginação.
- Ninguém vê um vírus, mas muitos podem morrer com a atuação deles.
- A poesia nos faz viver, mesmo que de coisas que não são reais, mas o que é real afinal de contas?
- Aquilo que a ciência prova que é real.
- Então Deus não é real?
- Depende do que você chama de Deus.
- Eu falo com ele.
- Acho que não, você fala consigo mesmo – ele disse com um sorriso clínico nos olhos.
- Ele fala comigo – respondi olhando para fora do bar, procurando o céu, ele riu.
- Se você fala com ele, é porque é religioso, mas se ele fala com você, é porque você é maluco, não se ofenda – Tales, esse era o seu nome, era um materialista, não um ateu, porque um ateu não acredita em Deus, ele cria em um deus, o tanto quanto a ciência permitia que ele cresse.
- O que é Deus pra você? – perguntei curioso.
- Penso que há uma possibilidade de existir uma energia que de alguma forma tem acompanhado a transformação do universo, a criação dos sistemas solares, a evolução de substâncias orgânicas de átomos de carbono em seres unicelulares, que evoluíram para vidas microscópicas, saíram da água, foram para a terra, para o ar, até que nós, homo sapiens, aparecêssemos. Existe a possibilidade de que uma entidade maior, consciente e positiva, tenha acompanhado esse trajeto, uma força que existe na natureza ou que é a própria natureza.
- Assim? Algo impessoal, inodoro, insípido, incolor?
- Sim, essa possibilidade existe, já que em alguns momentos admite-se que se fez necessário que algo externo interagisse de alguma maneira com a vida para que ela prosseguisse em sua transformação.
- Algo assim não pode se comunicar com o homem?
- Mas pra que o homem precisa se comunicar com um deus?
- Tem momentos na vida em que a gente não tem ninguém, não acredita em nada, não vê saída, nesses momentos a fé em um Deus que nos ouve e que pode mudar as coisas é a nossa única saída – eu percebi que algo se moveu dentro dele neste momento, mas ele parece ter engolido seco, havia uma espécie de conflito no coração daquele homem, um conflito que ele não admitiria para ninguém.
- O homem precisa é de seu trabalho e de seu positivismo. Ser positivo é ter fé, não em algo que não existe, mas em si mesmo. Ciente disso, mãos à obra, trabalhe e consiga tudo o que você quer e precisa.
- Acho que você tem razão, talvez eu esteja onde estou porque sempre joguei a responsabilidade por mudar a minha vida em outros.
- Não fique triste, meu amigo, muita gente crê nesse Deus pessoal que você está dizendo, e conquista as coisas. Não acho que aquilo em que elas acreditam seja verdade, mas, como diria Maquiavel, os fins justificam os meios. Se as pessoas conseguem ser felizes e prósperas com uma religião, que seja assim, mas não venham querer me convencer que eu também tenho que acreditar dessa maneira.
Tales me falou mais sobre sua vida, ele era realmente um sujeito vitorioso. Graduado e pós-graduado na melhor universidade do país, com um emprego que o colocava na linha de frente das necessidades do mundo moderno. Ele trabalhava na pesquisa de combustíveis alternativos, era casado também com uma química, tinha imóveis próprios, fazia viagens constantes ao exterior, tudo por conta de seu trabalho e talento. Com isso tudo, Tales era uma pessoa sem vaidades, via-se isso pelo modo como ele se vestia, pelo carro que tinha, além de ser um cara culto, que valoriza arte e literatura. Eu o invejei com todo o meu coração.
Ele tomou mais uma coca-cola, eu mais uns copos de vinho, pagamos a conta juntos e ele me deu uma carona até em casa. Para surpresa minha, seus pais moravam na rua debaixo da minha, mas a maior surpresa eu tive conversando com ele dentro do carro, em frente de casa.
Conversávamos sobre música erudita, ele declarava sobre sua dileção por Brahms e Mendelssohn, eu confessava minha paixão pelos russos modernistas. Eu começava a discorrer sobre o início da história do jazz quando ele me interrompeu.
- Zé, – ele disse em um tom grave, como se tivesse acordando de um sonho, interrompeu o resumo da biografia de Louis Armstrong que eu fazia, olhando com seriedade pra mim, ele faria algo difícil pra ele, abrir-se, falar sobre seus sentimentos e não sobre seus conhecimentos – vou falar isso pra você porque é um cara que acabei de conhecer, talvez nunca mais nos vejamos, mas eu preciso dizer isso para alguém – bêbado é amigo de todo mundo, eu estava alto, mesmo que ele não estivesse.
- Se eu puder ajudá-lo – músico está acostumado a lidar com o coração alheio, manipulamos sentimentos o tempo todo enquanto produzimos música.
- Esse envelope aí, – eu olhei e vi um envelope na parte de cima do painel – são exames, acabei de vir do médico. Há algum tempo tenho sentido uma dor de cabeça, fui a vários especialistas, tomei um monte de remédios, e nada de passar, bem, hoje eu descobri.
Ele era um cara muito focado, do tipo reservado, que por algum motivo resolveu me eleger naquela noite um confidente. Como ele mesmo disse, talvez estivesse fazendo comigo, um estranho, algo que ele não teria coragem de fazer com um conhecido.
- O que você tem meu amigo?
- Câncer no cérebro, não tem cura, o risco de retirá-lo através de cirurgia torna a operação impraticável, enfim, seis meses, é isso o que eu tenho.
Naquele momento me faltavam referências para aconselhar, eu era um ser humano não resolvido que estava querendo tirar a própria vida, não era a pessoa indicada para ouvir aquela confissão, portanto fiquei quieto, mas creio que era exatamente isso que ele precisava, já que não era pra mim que ele falava, mas para si mesmo.
- É isso mesmo?
- É, já pensei muito sobre o assunto, não vou contar pra minha família, pra que fazê-los sofrer? Que seja por uma semana só, no final da coisa, quando eu realmente parar de funcionar. Até lá vou guardar segredo, não vou torturá-los com uma tragédia dessas por seis meses.
Ele pensava como um cientista, o termo que ele usou, funcionar, mostrava como ele via a vida, a si mesmo, as pessoas. Mas ele via só o corpo, só a matéria, não via a alma, mais que isso, o espírito. Como um cientista pode se importar com algo que ninguém provou que existe?
De novo a morte confrontava-me, foi assim com aquela senhora que faleceu no sábado de manhã, em meio de estranhos, foi com o revólver do ladrão que não funcionou, foi com os acidentes de carro que aconteceram tão próximos, foi com dona Vera, sem falar com aqueles velhinhos do asilo. Tales tinha sido meu nono encontro, mas meu coração estava frio, não dei o valor devido a dor alheira porque não dava nenhum valor a minha.
Tales sofria porque amava viver, acreditava na vida, em fazer o seu melhor com o tempo que tinha. Ele acreditava que podia mudar o mundo com sua inteligência, com seu esforço, ele não queria morrer. Ele procurava a realidade com lentes de aumento, eu contemplava o céu a olhos nus para fugir da realidade. Eu queria a morte, queria ser espírito livre, para voar entre as estrelas, eu era astronauta, ele era um cientista, ambos meninos com brinquedos de homens.

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Ó SENHOR, nosso Senhor, como teu nome é magnífico em toda a terra! Tu, que puseste tua glória nos céus! Da boca dos pequeninos e de bebês fizeste brotar força, por causa dos teus adversários, para fazer calar o inimigo e vingador.
Quando contemplo os teus céus, obra dos teus dedos, a lua e as estrelas que estabeleceste, que é o homem, para que te lembres dele? E o filho do homem, para que o visites? Tu o fizeste um pouco menor que os anjos e o coroaste de glória e honra.
Deste-lhe domínio sobre as obras das tuas mãos; tudo puseste debaixo de seus pés: todas as ovelhas e os bois, assim como os animais selvagens, as aves do céu, os peixes do mar e tudo o que percorre as veredas dos mares. Ó SENHOR, nosso Senhor, como teu nome é magnífico em toda a terra!
Salmos 8

Prisões, as pessoas as criam, e não são prisões de ferro, de concreto, são feitas de ouro. Que metal precioso é esse? É a cultura, a arte, o conhecimento, a razão, tudo isso protege as pessoas de seus próprios corações, de seus limites, de suas dores. Para não olhar para dentro de si mesmas, elas olham para dentro das coisas, da matéria, daquilo que pode ser controlável. A alma não pode ser mapeada, não se pode ter um guia que nos encaminhe por seus mistérios, por seus melindres, por seus vícios, por suas questões não respondidas, sim porque a alma não encontra respostas na ciência, na filosofia ou mesmo na religião. Então olhamos por um microscópio dentro daquilo que a mente humana pode explicar e entender, dentro de um laboratório fechado, com clima controlado, um clima estéril e sem vida.
Outros, contudo, transviam-se no vazio infinito, deixam suas almas tão soltas pra voar que essas acabam se perdendo. Inventam realidades que não existem, vivem de fantasias, tentam o impossível, existir no espírito estando ainda presos à carne. Esses perdem o respeito pelo tempo, por seus corpos, e esses sim, os corpos, são a única prisão real para o homem. Está aí o maior de todos os desafios, captar a eternidade, segurá-la, compreendê-la, mesmo que presos em corpos corruptíveis.
A existência encarnada é um teste, curtíssimo, uma gota d´água, um teste de uma única pergunta: você está pronto para morrer? Contudo, só estamos prontos para morrer quando estamos dispostos a viver, com todas as suas consequências, pagando todos os preços. O maior de todos os preços é deixar que Jesus viva em nós, já que nele e somente nele existe vida. Quando isso acontece a morte desaparece, a falta de funcionamento do corpo torna-se apenas passagem, quando se sai de dentro de uma gaiola e se pode voar livremente para sempre. Mas o voo do espírito é aprendido estando no corpo, eis aí o maior dos mistérios, por isso o teste da existência encarnada é tão importante.
Voar livre através do espírito é entender que amar é melhor que invejar, que perdoar é melhor que amargar rancores, que uma vida simples e humilde materialmente é a única forma de se obter paz real, livre de vaidades, de orgulhos, que pensar no outro, que fazer o outro feliz, a custo de não satisfazermos as nossas prioridades, é provar a excelência da existência. Só se voa livre no espírito quando Jesus voa em nós, quando ele nos pilota, e não o contrário. Quando paramos de tentar achá-lo com um microscópio e permitimos que ele venha em nosso encontro e nos revele sua vontade, de cima para baixo, de dentro para fora.
Cientista ou astronauta? Jesus, esta é a resposta. Só ele nos tira do laboratório fechado do nosso egoísmo, do nosso orgulho, da nossa mente. Só ele nos livra da liberdade equivocada, seja dos prazeres do corpo ou da ilusão da alma. Jesus é o equilíbrio, é a porta e é a sala, nos dá as margens e nos lança ao infinito. Em Jesus vivenciamos Deus, experimentamos a eternidade ainda no corpo, somos completados, ele nos contem e nós contemos a ele. Jesus nos alcança para que nós o alcancemos, no toca para que nós o toquemos. Jesus morre em nós para que nós vivamos através dele.

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